Tuesday, April 10, 2012
Retrato Imperial
Este meu pensamento, com tons de violino, grito com sinfonia, um volume exponencial, mente aberta e fria, neste retrato imperial.
Vestido a rigor, onde reina o preto, o negro, o sombrio. Por trás de rostos escondidos, lenções, véus e lágrimas.
O verde predomina neste chão bem tratado, onde nada faria adivinhar a morte que o rodeia, em cada jazigo, em cada campa, em cada cemitério.
A morte está presente, não demorou a chegar e nunca se poderia atrasar.
Rostos estão estampados, com sorrisos, beijos e abraços, tal como vês, neste retrato imperial.
Há flores espalhadas, velas acesas, carinhos guardados, no entanto, as serpentes também rastejam, todas as aranhas tecem a sua teia, neste retrato imperial.
Um, dois, três pedaços, pequenos cacos e estilhaços, num sufoco de alma, nesta paz de espirito, com guerra e luta, mas também vergonha.
Novo inicio, nova turbulência, inicio do fim talvez, começo deste inicio, sem fim, com muito veneno, nada resta, a paralisia será total, neste retrato imperial.
Talvez falte um rosto, talvez falte o ouro em vez da prata, no fio, num pescoço, num corpo, nesta caixa de pandora aberta, repleta de destruição. Neste retrato fixo e eterno, este momento que sustenta tudo o resto, e nada o sustenta.
Neste retrato imperial.
Ruben Santos
9 de Abril de 2012
Obrigado Wilson. Os meus parabéns, continua o teu trabalho.
ReplyDeleteRuben tu és muito chato =P .. bonito ficou o desenho..
ReplyDelete